ANAHI VIRGINIA CHUQUIMIA SOTO

MARIA ISABEL GUTIERREZ TARQUI

REBECA HUCHANI

¿Quien son estas mujeres?

Vindas da Bolívia em busca de condições de vida e de trabalho mais dignas, são todas residentes no bairro paulistano da Casa Verde Alta. Como costureiras, recebiam os tecidos de intermediários, que as remuneravam – mal – por peça de roupa costurada. E elas precisavam arcar com os custos de eletricidade, dos aviamentos e dos consertos das máquinas.

A remuneração insuficiente as obrigava a trabalhar por mais de 12 horas diárias para auferir rendimentos que garantissem seu sustento e dos filhos.

Com o apoio de entidades que integram o Colabora Moda Sustentável, criaram o coletivo Sartasiñani, transformando-se, assim, de trabalhadoras informais em gestoras de seu próprio negócio.

Um modelo que pode ser reproduzido

O coletivo Sartasiñani desenvolveu um modelo piloto de unidade de produção de moda, inclusor de um segmento da população a quem, historicamente, vem sendo negados direitos e condições de cidadania plena. Foi idealizado para garantir a seus integrantes o acesso ao mercado com condições de trabalho dignas, capacitação técnica, gerencial e de direitos, desenvolvimento pessoal e autonomia profissional, por meio das melhores práticas socioambientais, alta qualidade técnica, preço justo, capacidade produtiva, competitividade e gestão eficiente.

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Este projeto piloto contribui fortemente para a diminuição da vulnerabilidade na cadeia da moda, oferecendo produtos de qualidade, advindos de produção certificada e sustentável. Grandes marcas da moda têm apoiado esta iniciativa por compreenderem a evolução e os benefícios que um projeto como este significa para todo o setor.

A capacitação é por conta do Programa Tramando Junt@s, uma iniciativa de entidades empresariais, governamentais e da sociedade civil, parte do Colabora Moda Sustentável e com o apoio da Alampyme, que traz uma nova metodologia para gestão de negócios coletivos, onde as regras de mercado são respeitadas, o lucro faz parte do processo, mas as condições de trabalho e de partilha de ganhos obedece a critérios de sustentabilidade, de justiça social, de direitos humanos e de cuidados ambientais.

Todas as etapas deste projeto-piloto estão sendo documentadas, para que ele possa ser reaplicado em outros espaços e até mesmo em outros segmentos em que o trabalho colaborativo possa trazer benefícios para todos os seus integrantes.

A marca do coletivo Sartasiñani

Criação Marie Lodi

O símbolo representa a silhueta das cholas ou "cholitas". A palavra “chola” deriva do Quechua e Aymara, idiomas dos povos originários andinos, e significa a denominação étnica referida a mulheres mestiças. O termo aplica-se de maneira contemporânea àquelas que utilizam vestimentas tradicionais estabelecidas durante o processo inicial de mestiçagem.


A saia e as tranças de uma Cholita são símbolos para o "Bien vivir", que siginifica, por sua vez, uma filosofia em construção e universal, que parte da cosmologia e do modo de vida ameríndio e envolve reconhecer que somos 'parte' dela. Acima de tudo, que não podemos continuar vivendo 'à parte' dos demais seres do planeta.


Por fim a logo é a combinação desses elementos; e firma a união dessas Mulheres que vêm da Bolívia e que por meio da moda, unido aos seus saberes ancestrais, propõem uma moda mais justa, ética e regenerativa em um movimento de tramar juntas, como em um levante feminino para a mudança.